terça-feira, 23 de junho de 2009

negrito


Medidas e pudores,
pulsação e mãos.
Poder tê-la...
Quem dera ouvir o barulho de seus chinelos.
Dos seus caprichos não sei nada.
Ouço apenas seus rumores de felicidade e alento.
Feliz.
Felicidade sem se importar com rosas em planetinhas.
Minha risada não significa nada pra ela.
Outra música a toca, outros prazeres ela tem.
Sentir saudades do que nem planejo, parece um tanto quanto hipocondríaco.
Minhas fantasias me levam pra perto.
Tudo ilusão talvez, mas minha mão quando tocou a sua se transformou num coisa que ainda não sei.
Metade de mim tem outro sentido agora.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vida longa ao amor


Estava a pouco com uma amiga no MSN e no meio da conversa compartilhamos de um sentimento que nos pareceu tão grande que resolvemos expandi-lo. Não se trata de apologia ou política e sim de respeito. Respeito por nós mesmos acima de tudo. Por toda a humanidade. Por nosso coração. A indignação tomou proporção após as matérias nos jornais nacionais a respeito da Parada gay de São Paulo, nos dias que antecederam o evento os jornais veicularam a importância do evento para a cidade,o qual só perdia em potencialidade financeira e turística para a formula1, um dos esportes mais caros do mundo. A televisão nos mostrou os preparativos, os manifestantes e a festa em si. E o que restou após a Parada? Violência. Os participantes que se confraternizavam no Largo do Arouche, foram vitimas de uma bomba caseira. A festa acabou no hospital, na delegacia, num quarto escuro, num choro para muitos. Outros dois homossexuais foram espancados pelo fato de serem homossexuais. E ouvindo a entrevista do Delegado responsável pela investigação só nos restou o horror. Ele concluiu que não tinha como investigar o fato porque as vitimas envolvidas não prestaram depoimentos para dar pistas e assim cerrar os culpados na cadeia. Segundo o delegado, o largo do Arouche é um reduto de homossexuais ricos e eles não querem se expor. É ai que reside toda nossa indignação. Lógico que não vamos cobrar das pessoas que elas se assumam e corram todos os riscos que acham que não devem correr. É mais profundo que isso. Todos nós, de alguma maneira temos que lutar, gritar, correr pra um lugar melhor, nem que seja dentro de nós mesmos. Fingir que não estamos aqui não é a solução. Não iria me admirar se alguns de meus amigos retirassem essa postagem assim que a lerem, é mais fácil a curto prazo se omitir. E as conseqüências dessa omissão é a discriminação, a violência, sentimento de inferioridade, intolerância e armários. Teriam que haver milhões de armários para esconder tanta gente. Prefiro pensar que esse simples texto signifique pra nós chaves, chaves que abram mentes, portas de armários e de corações. A Parada Gay de Campina é apenas um reflexo da alienação de muitos. Os organizadores apesar de esforçados limitam-se a farra e a exposição por exposição. É uma opinião. Opinião vã de quem também não subiu no palanque. Prefiro acreditar no efeito formiguinha, todos em comunicação e se protegendo dentro de um formigueiro tolerante. Tenho visto muita coisa nesse universo universitário campinense, uma delas é que de jeito nenhum somos minoria. Daí, quando acabam as festas e as bebedeiras o que fica é o silencio e o medo. Cansei de ouvir das pessoas que estão com medo de se perceberem gays, Bi ou qualquer coisa que não siga as “normas”. Medo de que os amigos com os quais dividem apartamentos ao descobrirem não sejam mais tão amigos, medo dos pais saberem, medo de estarem errados, medo de ir pro inferno, medo, medo, medo. Eu lhe pergunto, pra onde vamos com tanto medo? Eu lhe digo, vamos caminhando direto pra um abismo de infelicidade. Não é preciso erguer bandeiras, é preciso se viver, sentir, buscar a felicidade a independência. Espero que essa independência financeira não seja ilusória. Não adianta ter grana pra se bancar se não tivermos também peito pra ser o que de verdade somos. Somos seres de amor e sem ele não vivemos. Ame. Ame com pressa. Ninguém merece se esconder pra sempre.

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Esse texto era para estar nos orkuts..mas ficou extenso e não pretendo diminui-lo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

insustentável


Boca cheia de sorte.
Carente de lágrimas.
Firme são os rumores de bons tempos.
Espero, aguardo...
Esse tempo passa e é o velho mais certo do mundo.
Nunca falha, ele resolve...
Deixo-me...
em suas mãos.