sexta-feira, 20 de novembro de 2009

meu vinho, meu vício.

Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

Vendo a vida passar, e sem muitos contentamentos,
vontade de parafrasear porque parece que nada vem de mim mesmo.
arrebatados pelos versos: “se desmorono ou se edifico se permaneço ou me desfaço, não sei, não sei, não sei se fico ou se passo.”
A vida tem corrido muito quieta e tranqüila, tudo no seu devido lugar?!. E isso tem incomodado como beijo gelado em meus tornozelos.
Não posso fingir, não mais.
Desejo vento e soluços, não quero que a vida passe por mim.
Não depressa como tem feito.
E eu, nesse sentimento de utopia casta e resignada.
Favelas e analfabetos correm pelo asfalto e bocas não tem o que comer, vejo tiros, AIDS e sexo pela TV,
todos estão em janelas com cara de fome. Carecas de saber que a morte está chegando
e meu amor definha.
Ele corre para algum lugar entre a madrugada e a erva fresca.
Distante de segurança e leite.
A noite é fria sem teu abraço
mas ele me sufoca e eu nem mesmo posso gritar, minhas cordas vocais
só sabem teu nome e me impedem de te dizer adeus.
Quero solidão e letras. O som da velha máquina de escrever.
Ali, do teu andar, era sossegada a noite e o mallboro era doce além de forte.
Queria voltar a ser ateu, a pichar os muros de bronze a revelar que abortei filhos e que já tive sífilis.
Sou tão mortal quanto qualquer um de vocês e tenho medo de não produzir bons poemas. Tenho
medo da chuva rala sobre meus pápeis e tenho medo de que minha única mulher tão amada descubra que me faz mal e bem.